Uma das grandes dificuldades enfrentadas pelas pessoas que encontram
minerais e rochas interessadas em
suas propriedades, ou simplesmente em colecioná-las, é a identificação. Neste texto
falaremos sobre uma alguns testes simples que
podem ser feitos a fim de ajudar na identificação de muitos dos minerais.
Tanto as rochas
quanto os minerais podem possuir valor econômico agregado, em áreas como a mineração, construção civil,
indústria química e aplicações tecnológicas diversas.
De forma simples, os minerais são sólidos formados por cristais ou por amorfos, formados por processos naturais. Já uma rocha corresponde a um agregado consolidados de minerais, formadas por diversos processos da dinâmica terrestre. Os minerais mais comuns formadores de rochas são o quartzo, feldspatos, piroxênios, anfibólios e micas.
Podemos
identificar minerais, segundo algumas de suas características: de
natureza óticas (cor, brilho e traço) ou mecânicas (dureza, clivagem, fratura).
E quais são essas características?
Cor
Alguns minerais têm cor variável (minerais alocromáticos), mas outros têm sempre a mesma cor (minerais idiocromáticos) e isso ajuda muito na sua identificação.
Por exemplo, a pirita é sempre amarela e a malaquita, sempre verde. Já o quartzo pode ser incolor (cristal de rocha), amarelo, laranja, vermelho (citrino), preto (mórion), roxo (ametista), rosa, cinza, branco etc.
A cor deve ser observada numa superfície fresca, como a de uma fratura recente. A cor de alguns minerais altera-se facilmente. A bornita é rosada, mas após poucos minutos em contato com o ar adquire belas cores azul-escura e púrpura. A calcopirita é amarela, mas também adquire facilmente cores vermelha, azul e púrpura misturadas. Nos dois casos, as cores surgem por oxidação e aparecem apenas na superfície. Quebrando o mineral, vê-se a cor verdadeira.
Brilho
Se refere ao modo em que uma superfície não alterada do mineral reflete a luz. Assim, os minerais podem apresentar brilho metálico (reflete a luz de um jeito semelhante aos metais polidos, característico de minerais opacos), brilho submetálico (semelhante ao metálico, mas com menor intensidade, característico de minerais quase opacos) e brilho não metálico (característico dos minerais transparentes ou translúcidos). Esse último pode ser caracterizado como:
Sedoso ou acetinado - lembrando uma sedaVítreo - semelhante a um vidroAdamantino - intenso como diamanteNacarado - brilho perolizadoResinoso - semelhante a uma resinaCeroso - lembrando ceraGorduroso - com aparência oleosa
Transparência
Minerais de brilho metálico são opacos (cromita, calcopirita, pirolusita) e a maioria das gemas são transparentes (ametista, citrino, turmalina, topázio, granada) ou pelo menos translúcidas (quartzo rosa, ágata). O mineral é translúcido quando permite passar a luz, mas não se pode ver através dele com nitidez.
Hábito
Alguns minerais costumam ser encontrados como cristais bem formados. Ex.: pirita (cubos e outras formas), quartzo, berilo (prismas com seis faces verticais), granadas (grãos de 12, 24 ou 36 faces), turmalinas (prismas com base triangular). Outros raramente formam belos cristais (rodonita, rodocrosita, ouro etc.).
A morfologia dos cristais é descrita em todos os manuais de mineralogia, que chamam essa propriedade de hábito. Minerais como o crisotilo têm sempre hábito fibroso, mas a calcita pode formar cristais com hábitos (e cores) bem variados.
Dureza
Dureza é a propriedade do mineral de riscar ou ser riscado por outro mineral, segundo uma escala padronizada (Escala de Mohs):
O mineral que risca outro tem dureza maior (ou igual) que a do que foi riscado. Assim, o quartzo risca os feldspatos, a apatita, a fluorita etc. e é riscado pelo topázio, pelo coríndon e pelo diamante. Aliás, o diamante risca não só todos os outros minerais da Escala de Mohs, mas todos os minerais conhecidos. E sua dureza (10,0) é muito maior que a do coríndon (9,0).
Um canivete padrão ou um copo de vidro tem dureza próxima a 5. Assim, com um canivete pode-se riscar os de dureza menor, mas não irá riscar o feldspato, o quartzo, o topázio, o rubi e nem o diamante.
É fundamental também saber que alta dureza é alta resistência ao risco, mas não alta resistência à fratura, torção ou deformação. O mineral difícil de quebrar, torcer ou amassar tem alta tenacidade, não alta dureza. O diamante tem dureza altíssima, mas baixa tenacidade. O jade, ao contrário, tem alta tenacidade, mas dureza apenas média (entre 6,0 e 7,0).
Para fazer o teste de dureza, escolha uma superfície do mineral a ser testado que não esteja alterada (superfície fresca). Não é necessário um risco grande, 2 ou 3 mm são o suficiente. Após friccionar o material de dureza conhecida contra o mineral, remova as partículas que ficaram soltas para ver se ele realmente foi riscado. As partículas podem ser não do mineral que está sendo testado, mas do mineral de dureza já conhecida.
Traço
Após verificar a dureza do mineral e que esta dureza seja abaixo de 7 na Escala de Mohs, é possível obter o traço com um pedaço de porcelana branca e fresca. Pode-se também utilizar a parte de trás de um azulejo de banheiro ou cozinha. Friccione o mineral na porcelana, verificando a cor do traço (ou risca) deixada por ele. Geralmente, a cor do traço pode ser diferente da cor do pedaço de mineral.
Clivagem é a propriedade do mineral ter maior facilidade em se partir segundo seus próprios planos cristalográficos de maior fraqueza.
Muitos minerais apresentam um modo de se dividir, em função da estrutura interna que possuem. Assim, apresenta “clivagem” se a quebra resulta em uma ou mais superfícies planas. Ou apresenta “fratura” se a quebra não resulta superfícies planas (apenas curvas ou saliências irregulares).
Densidade
Mesmo que relativa, a densidade é uma característica importante na avaliação de minerais. Pesado ou leve, faz muita diferença na hora de identificar o mineral.
Outras Características
Caso o seu mineral se mostrar atraído por um imã, provavelmente trata-se de uma magnetita. Se ao pingar ácido clorídrico (HCl) 10% (nunca o utilize sem a devida orientação) sobre o mineral, e este reagir produzindo efervescência, possivelmente será um carbonato. Ainda, a elasticidade em micas, o sabor na halita, silvita ou calcantita, e o odor do enxofre são outras características válidas de se analisar. Pois muitas vezes são diagnósticas de determinados minerais, como os citados acima.
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